08/03/2017

Santa Catarina renova parceria e cooperação com os japoneses de Aomori na produção de maçã

Secretário da Fazenda de SC, Antonio Gavazzoni, acompanha comitiva catarinense no Japão


Com neve e temperatura negativa de 3°C, a comitiva de Santa Catarina, liderada pelo governador Raimundo Colombo, foi recebida sob aplausos dos funcionários na sede do governo da Província japonesa de Aomori, na capital Aomori, na manhã desta quarta-feira, 8. A recepção emocionou toda a delegação e foi realizada no hall de entrada do prédio do governo, com a participação de mais de 30 servidores japoneses.


Foto: Claudio Thomas/Secom

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Logo após, a comitiva foi recepcionada pelo governador da Província, Shingo Mimura e assessores do Executivo. Feliz e alegre com a visita, Mimura disse que a grande nevasca do dia era para dar as boas-vindas aos catarinenses.Lembrou da visita que fez à Serra de SC, em 2004, e afirmou ter ficado emocionado com a qualidade das maçãs Fuji naquela região. “Existe um elo entre Aomori e Santa Catarina graças à maçã”, destacou, ao convocar seus assessores para demonstrarem uma das danças do Hirosaki Neputa Festival e do Aomori Nebuta Festival, realizados todos os anos no início de agosto.

Raimundo Colombo agradeceu a parceria e cooperação entre os dois Estados, iniciada no governo de Jorge Bornhausen, em 1980. “Com o apoio dos técnicos japoneses, a Serra passou a produzir maçãs com qualidade e, hoje, SC é o maior produtor do Brasil seguido do Rio Grande do Sul”, observou, ao lembrar que a safra deste ano será 30% maior do que a colheita de 2016. “Milhares de famílias melhoraram o seu padrão de vida e conseguiram promover o desenvolvimento da região”.

Em reconhecimento aos 37 anos da assinatura do convênio firmado em 1980, que estabeleceu o intercâmbio nas áreas culturais, educacionais, econômicas e industriais, Colombo entregou ao governador Shingo Mimura uma Carta de Agradecimento, assinada por ele e pelos secretários da Fazenda, Antonio Gavazzoni e de Assuntos Internacionais, Carlos Adauto Virmond Vieira, e pelo presidente da Federação das Indústrias de SC, Glauco José Côrte.

Um dos trechos do documento destaca: “Desejamos reconhecer as conquistas feitas através desse convênio e incrementar os laços de amizade e cooperação na troca de experiências e informações científicas, tecnológicas, socioambientais, desenvolvimento sustentável, inovação e conhecimentos em geral”.

Representando os 40 deputados da Assembleia Legislativa, Gelson Merísio agradeceu a irmandade estabelecida entre Aomori e SC e convidou o governador Shingo Mimura para visirar novamente os pomares de maçã no Estado. O presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, agradeceu a recepção e disse que trazia o cumprimento de 52 mil indústrias catarinenses. “Nós nos sentimos aqui como se fosse a nossa casa”, afirmou, ao ressaltar a comovida recepção.

O vice-governador de Aomori, Ikuo Sasaki, recebeu a comitiva catarinense para um almoço tradicional japonês, quando destacou as relações de cooperação entre os dois Estados.



No início da tarde, o diretor-geral do Departamento de Agricultura, Floresta e Pesca, Masaharu Tsushima, apresentou dados sobre a produção da Província de Aomori, com destaque para a maçã, que responde por 57,3% da colheita do Japão, alho, bardana, madeira cedro “hiba”, lula, linguado, vieiras e a concha “shijimi”. Em 2015, a região colheu 470 mil toneladas de maçã, sendo 50% da variedade Fuji. O cultivo da maçã na Província de Aomori começou 141 anos atrás, com as primeiras variedades que vieram dos Estados Unidos. A Fuji foi a que melhor se adaptou ao clima.

No encontro, o governador Colombo mostrou a força da economia catarinense, com destaque para a produção de frangos, suínos, pescados, arroz e maçã. Lembrou que o governo do Estado isentou o setor da maçã de impostos e o BRDE criou linhas de financiamento para a recuperação dos produtores que viveram um período de declínio na atividade entre os anos de 2000 e 2010.

De Aomori, a comitiva catarinense seguiu de ônibus para a cidade de Kuroishi, a cerca de 30 quilômetros da Capital, onde fica o Centro de Pesquisa em Cultura de Macieira, órgão que é referência mundial no setor. Criado em 1931, o Centro conta com quatro divisões: cultivo, desenvolvimento de variedades, estudo de doenças, em razão do excesso de umidade na região, e outras frutas, como cereja e uva.

Foi graças ao trabalho de técnicos do Centro que a produção de maçãs foi desenvolvida na Serra Catarinense a partir da década de 1980. “Esse apoio científico e de pesquisa contribuiu para SC se tornar o maior produtor de maçã do Brasil, principalmente na variedade Fuji”, agradeceu Colombo, durante a apresentação dos técnicos japoneses.

Antes de deixar o Centro, o governador Colombo e a comitiva foram até uma macieira que tem 118 anos e ainda produz a fruta de origem norte-americana.

A missão catarinense é composta pelos secretários da Fazenda, Antônio Gavazzoni, de Assuntos Internacionais, Carlos Adauto Virmon Vieira, o diretor de Economia Internacional da SAI, Guilherme Bez Marques, o deputado estadual Gelson Merísio, o presidente da Federação das Indústrias de SC, Glauco José Côrte, o vice-presidente da Fiesc, Gilberto Seleme, o diretor de Desenvolvimento Institucional da Fiesc, Carlos Henrique Ramos Fonseca, a coordenadora do Centro Internacional de Negócios da Fiesc, Tatiana Leal, e o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias da Carne, Ricardo Gouvêa.

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Claudio Thomas